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  • Aureo Banhos - Professor da Universidade Federal

Não à redução da Área de Proteção Ambiental do Mestre Álvaro!

Já foi um grande retrocesso o plano do contorno do Mestre Álvaro, o novo traçado para a BR-101, que promoverá o isolamento da área do Mestre Álvaro do corredor florestal da região serrana do ES, impactando a biodiversidade, além de promover impactos nos solos e drenagem da região. O problema de alto fluxo do veículos, baixa velocidade e segurança viária da BR-101 na Serra poderia ser resolvido com novas faixas e alguns viadutos no traçado original, tornando o trânsito fluído e contínuo. Mas, infelizmente, optaram por um projeto de expansão do uso e ocupação das terras da área remanescente verde da Grande Vitória, tendo como vetor o contorno do Mestre Álvaro.


É nessas horas que tenho vergonha dos políticos do ES, pois negligenciam o meio ambiente, justamente na terra do Patrono da Ecologia no Brasil, o capixaba Augusto Ruschi. Ruschi, na primeira metade do século XX, foi um dos proponentes da demarcação da área do Mestre Álvaro como uma das reservas florestais do ES. A primeira demarcação dessa unidade de conservação ocorreu 1976, mas como Reserva Biológica e Parque Florestal, categorias de proteção integral. A condição de APA e a delimitação atual foi dada em 1991, passando assim de categoria de proteção integral para uso sustentável.



Ao invés dos impactos ambientais do plano do contorno do Mestre Álvaro serem mitigados e compensados, através da ampliação da sua área e da mudança de sua categoria de APA para uma categoria proteção e manejo mais restritiva, e que confira melhor uso público (considerando a vocação da área para o turismo e os serviços ecológicos prestados, como na manutenção do clima e na drenagem pluvial da Grande Vitória), como a categoria de Parque Estadual, a proposta infeliz agora é reduzir 1/3 da área total dessa unidade de conservação.


A área do Mestre Álvaro não deveria servir à especulação de políticos e poderosos, mas sim servir à manutenção dos serviços ecológicos/ambientais que presta a todos nós capixabas. Serviços esses garantidos hoje pelos esforços daqueles que no passado pensaram em nós, no momento em que resolveram determinar a proteção daquela área. Devemos legar pelo menos o que foi defendido até agora também às próximas gerações, e com mais esforços melhorar a proteção do Mestre Álvaro, não retroceder ainda mais.


* Texto de Aureo Banhos, Professor da Universidade Federal do Espirito Santo - UFES.

* Fotografias de Frederico Pereira.

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