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  • Foto do escritorVitor Pinheiro

Projeto Harpia: Parque Estadual do Rio Doce entra no mapa de identificação e proteção do Gavião-real


Região do Parque Estadual do Rio Doce / FOTO: Paulo Quadros


Com equipe de pesquisa do Espírito Santo, em trabalho conjunto com o Instituto Últimos Refúgios, o Projeto Harpia estendeu sua área de atuação e agora também realiza um mapeamento em busca de aves de rapina no Parque Estadual do Rio Doce (PERD), com o foco principal no gavião-real (Harpia harpyja). O parque, que não tem nenhum registro dessa espécie desde 1977, foi escolhido como novo território de atuação devido à proximidade com áreas de ocorrências recentes dessas aves, como a Reserva Biológica de Sooretama e a Reserva Natural Vale, na região nordeste do Espírito Santo.



Equipe do Projeto Harpia atuando no PERD / FOTO: Paulo Quadros



Para Brener Fabres, coordenador do projeto, não há motivos para a espécie não ser encontrada pelos 36 mil hectares de região do PERD, já que no ambiente se encontram todas as presas que a harpia necessita para a sobrevivência.


“O trabalho está sendo realizado basicamente com duas metodologias: a utilização de pontos de som que reproduzem um playback de vocalizações comuns da espécie para atrair as aves pelas estradas e trilhas do parque, assim como filmagens através de voos com drone, que também buscam ninhos em árvores emergentes”, explicou o biólogo, graduado pela Universidade Federal do Espírito Santo.



Equipamento aéreo utilizado para registros fotográficos / FOTOS: Paulo Quadros e Henrique Mariano



Vale lembrar que além do gavião-real, o projeto trabalha com outras águias florestais, como o gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus), gavião-pato (Spizaetus melanoleucus) e o gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus).



harpia (Reserva Natural Vale - ES); gavião-pega-macaco (Vargem Alta - ES); gavião-pato (Viana -ES); gavião - de - penacho (Reserva Natural Vale - ES) / FOTOS: Leonardo Merçon e Brener Fabres



Após dois anos de visitas ao Parque Estadual do Rio Doce, o projeto, que terá a duração inicial de 12 meses, foi promovido pela Plataforma Semente e contemplado pelo Ministério Público de Minas Gerais, em março de 2023. A princípio o cronograma conta com três fases: a busca por evidência de indivíduos, o levantamento de ninhos de Harpia e posteriormente o monitoramento desses ninhos. A divulgação de todos os resultados e processos do projeto serão divulgados por meio de matérias no site do Instituto Últimos Refúgios e postagens em mídias sociais da instituição e do Projeto Harpia.



FOTO: Paulo Quadros


Projeto Harpia

Há mais de 20 anos, a descoberta de um ninho de gavião-real nas florestas da região norte do Brasil, próximo a Manaus, dava origem ao que viria a se tornar o “Projeto Harpia”. A oportunidade de proteger a espécie - ameaçada de extinção desde 2014 - inspirou um pequeno grupo de biólogos a desenvolver estratégias de identificação, mapeamento e monitoramento de ninhos com ajuda de voluntários engajados na luta pela conservação da ave na Amazônia brasileira.


O projeto cresceu e passou a atuar em diversas localidades do Brasil, como o Cerrado mato-grossense, a Mata Atlântica capixaba e mineira. O "Programa de Conservação do Gavião-real" (PCGR) foi rebatizado como “Projeto Harpia”, consolidando-se como a iniciativa do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), com diversos parceiros espalhados pelo Brasil, que atuam no mapeamento e monitoramento da espécie gavião-real em regiões da Amazônia, do Cerrado e da Mata Atlântica capixaba.


As ações apoiam o desenvolvimento de pesquisas científicas, a reabilitação de aves feridas, a sensibilização ambiental e o incentivo ao turismo sustentável com ajuda de pesquisadores, biólogos, voluntários e estudantes. A equipe ainda conta com ajuda de comunidades locais para monitoramento de ninhos em habitat natural.


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