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Pesquisadores estudam população de tatus-canastra na Mata Atlântica

O maior engenheiro da Mata Atlântica brasileira corre grande risco de ser extinto nas florestas do Espírito Santo. É o que aponta uma pesquisa do Projeto Tatu-Canastra em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), que investigou o estado de conservação do tatu-canastra no bioma. Confira a reportagem do Jornal do Campo e ES Manhã sobre o estudo.



O Projeto Tatu-Canastra é realizado pelo Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS). No Espírito Santo, a iniciativa conta com o apoio da Reserva Biológica de Sooretama, Reserva Natural Vale, Projeto Harpia - Mata Atlântica, PPBIO Mata Atlântica, Projeto Felinos, Pró-Tapir e do Instituto Últimos Refúgios. Em Minas Gerais, recebe apoio do Parque Estadual do Rio Doce.


PESQUISA

Para analisar e identificar a população de tatus-canastra da Mata Atlântica, os pesquisadores analisaram mais de 15 anos de dados e imagens. As câmeras de monitoramento foram distribuídas em uma área de 50 mil hectares na Reserva Biológica de Sooretama, Reserva Natural Vale e Reserva Recanto das Antas, as maiores áreas de proteção da Mata Atlântica no estado.


Tatus-canastra registrados pelas câmeras de monitoramento.

Fotos: Instituto de Conservação de Animais Silvestre (ICAS)


Segundo o biólogo e pesquisador Aureo Banhos, os dados revelam um cenário pouco promissor à espécie:

“Nos anos de monitoramento, vimos dezenas de caçadores nas nossas câmeras de pesquisa, enquanto tatus-canastra, apenas quatro. Aliás, dezenas das câmeras instaladas na floresta foram roubadas ou destruídas por estes mesmos caçadores. Também acompanhamos uma fêmea adulta durante cinco anos e ela nunca apareceu com um filhote, indicativo de que os poucos animais que restam não estão se reproduzindo. Isolados, sob forte pressão de caça e com pouca reprodução, os tatus-canastra podem desaparecer em breve das reservas”, relata.

O Parque Estadual do Rio Doce, em Minas Gerais, é um dos últimos refúgios da espécie na Mata Atlântica. De acordo com Lucas Mendes, biólogo do ICAS, desde 2020 foram identificados 28 indivíduos na reserva, resultado mais animador do que o ocorrido no Espírito Santo. Os dados coletados pelos pesquisadores nos dois estados podem ajudar a elaborar estratégias de proteção à espécie no bioma.


TATU-CANASTRA

O tatu-canastra constrói tocas rasas em busca de alimento (formigas e cupins) e tocas mais profundas, com até cinco metros de profundidade, para formar seus abrigos. Os buracos abandonados atraem outros tatus e animais como quatis, jaguatiricas, antas e veados, que utilizam a acomodação para alimentação e abrigo. Mais de 90 espécies usam as tocas dos tatus-canastra, consolidando seu importante papel para outras formas de vida do ecossistema.


A baixa taxa reprodutiva do animal dificulta sua recuperação na natureza. As fêmeas levam cerca de sete anos para iniciar o período reprodutivo e geram apenas um filhote a cada três anos. Além das dificuldades biológicas, o tatu-canastra está se tornando cada vez mais raro em decorrência da caça e da perda de habitat, tornando essa espécie ameaçada de extinção em toda a América do Sul, principalmente na Mata Atlântica.


O Instituto Últimos Refúgios apoia iniciativas de conservação do tatu-canastra e colabora para divulgar e incentivar a conversação desta espécie fundamental na natureza.


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