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  • Marina Mello

Espécies exóticas invasoras na restinga e suas consequências

Na biologia, a definição de espécie exótica abrange toda espécie que se encontra fora de sua área de distribuição natural, introduzidas intencionalmente ou por acidente, pela ação humana.


As espécies exóticas invasoras também são inseridas pelo homem em um ambiente que não é o de origem, mas apresentam um sério agravante. Essas espécies se adaptam ao ambiente e se reproduzem sem controle, além de colocar espécies nativas em risco e desequilibrar ambientes. Em alguns casos, colocam até mesmo as pessoas em risco. A introdução de espécies exóticas invasoras é o segundo maior problema ambiental no mundo, ficando atrás apenas do desmatamento.


Infelizmente, o Brasil também sofre com os impactos das espécies exóticas invasoras e a restinga é um dos ecossistemas atingidos por este problema ambiental. Abaixo citamos dois exemplos para exemplificar os impactos negativos que os mesmos geram ao ambiente e, até mesmo, para a população.


Vamos começar falando de uma velha conhecida da orla de Vitória: a Castanheira (Terminalia catappa). A tradicional árvore das praias de Vitória não é nativa do Brasil: suas sementes foram trazidas da Malásia, no continente asiático.



Além de ser uma espécie exótica invasora - o que já traz muitos malefícios para a restinga - a espécie também é um exemplo de alelopatia desfavorável.


A alelopatia é a interferência que as plantas realizam por meio de componentes químicos liberados no solo, que prejudicam o desenvolvimento de outras plantas. No caso da Castanheira, as substâncias químicas liberadas no solo atrapalham o desenvolvimento das espécies vegetais nativas de restinga.


O segundo exemplo é da fauna exótica invasora que é o Caracol-africano-gigante (Achatina fulica), originário do continente africano. O animal foi trazido ao Brasil para ser comercializado no mercado alimentício, mesmo não sendo próprio para a alimentação humana. A partir disso, muitas pessoas jogaram esses animais no ambiente, promovendo sua dispersão pelos ecossistemas Brasileiros.


Caracol-africano-gigante. Fotos: Leonardo Merçon


Atualmente, a espécie é muito presente na restinga. Se alimenta de espécies vegetais nativas e acaba prejudicando seu desenvolvimento, além de competir com espécies de caracóis nativos dos ecossistemas brasileiros.


O Caracol-africano-gigante enterra seus ovos na areia, e apresenta grande resistência ao calor e a salinidade trazida presente na restinga. Estes fatores foram essenciais para que se desenvolvessem na restinga de Vitória.

Além dos problemas ambientais, o Caracol-africano é uma questão de saúde pública. A espécie pode transmitir doenças, sendo alvo de estudos sobre a interação destes fatores no contexto brasileiro. Ao manusear o animal, é importante realizar a higienização pessoal e local com produtos de limpeza.


Caracol-africano-gigante. Foto: Leonardo Merçon


As espécies exóticas invasoras causam diversos impactos negativos ao meio ambiente. A natureza é viva e sofre diversas consequências da intervenção humana. Todo ser vivo exerce funções essenciais para o equilíbrio de seu ambiente nativo, gerando problemas ambentais, econômicos e sociais quando mudam de habitat.











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