top of page

POST EM DESTAQUE

  • Lissa D. Franzini - Voluntária do Instituto

Auxiliando cientistas e promovendo a saúde: a importância dos lagartos para a sociedade humana.

Lagartixas, calangos, teiús, iguanas... esses são apenas alguns exemplos dos muitos lagartos que ocorrem no Brasil. Já são registradas no país mais de 260 espécies de lagartos (Costa & Bérnils, 2015) e esse número aumenta constantemente, conforme cientistas descobrem e descrevem novas espécies.


Lagarto Papa-vento (Polychrus marmoratus) - Many-colored Bush Anole


Essa diversidade torna-se ainda mais impressionante quando analisamos a variedade de formas de vida que ela compreende. Enquanto lagartos como a lagartixa-sul-americana (Chatogekko amazonicus) possuem o tamanho aproximado de uma moeda de R$ 1,00, não ultrapassando 2,4 cm (Gamble et al., 2011), iguanas (Iguana iguana) podem apresentar tamanhos totais superiores a 1,70 m (Alberts, 2004) e lagartos ainda maiores ocorrem em outros países. Em hábitats naturais, ocupam diversos microhábitats, sendo encontrados sobre árvores, rochas, no chão e até abaixo dele. Isso faz com esse seja um grupo fundamental para o funcionamento dos ecossistemas, pois ocupam diversos locais, atuando tanto como predadores (normalmente de pequenos artrópodes, como insetos e aranhas, mas existem lagartos que comem apenas plantas, como as iguanas) ou como presas (de animais serpentes, aves ou mamíferos).


Ainda, por apresentar padrões tão variados de formas e comportamentos, os lagartos constituem uma ferramenta poderosa para os cientistas, que há anos estudam esses animais e aumentam nossa compreensão acerca de como os organismos se distribuem nas mais variadas regiões e as estratégias adotadas pelos animais para coexistir num mesmo espaço (Pianka & Vitt, 2006). Em uma mesma árvore podemos encontrar, por exemplo, pequenos lagartos ocupando espaços próximos às raízes sob o solo, escondidos sob cascas ou pequenos buracos nos troncos, lagartos um pouco maiores camuflando-se em galhos e ramos e grandes iguanas em partes mais altas da copa.


E se você ainda está achando pouco, saiba que os lagartos são muito importantes para a sociedade humana, uma vez que alimentam-se de organismos que são vetores de doenças humanas e pragas agrícolas, auxiliando no controle biológico de organismos que poderiam ameaçar a saúde humana. E quanto aos nossos amigos de cauda longa, não se preocupe: no Brasil não existe nenhum registro de espécie peçonhenta! Isso significa que nenhum lagarto que você pode encontrar no país é capaz de inocular veneno... apesar de alguns lagartos como teiús e iguanas assustarem por seu grande tamanho e poderem causar arranhões, eles não representam nenhum risco à vida humana.


Os lagartos estão fazendo muito pela humanidade, mas a cada dia sofrem mais com a destruição de seus hábitats. Precisamos conservar o meio ambiente para que toda essa diversidade seja mantida. E você, está fazendo a sua parte?


Lagartixa-verde-da-amazônia (Dactyloa punctata)


* Texto de Lissa D. Franzini, Bióloga CRBio 98000/01-D, Mestranda - Laboratório de Herpetologia - Universidade Federal da Paraíba.


* Foto de Leornado Merçon, fotógrafo de natureza e conservação, voluntário do Instituto Últimos Refúgios (Instagram - @leonardomercon).


Acompanhe também o Instituto Últimos Refúgios nas mídias sociais.


O Instituto Últimos Refúgios é uma organização sem fins lucrativos na qual os participantes são voluntários. Se gosta de nosso trabalho e quer que ele continue, saiba como colaborar no link: PARTICIPE


"Inspirando pessoas, promovemos mudanças!"



REFERÊNCIAS

Alberts, A. (2004). Iguanas: Biology and Conservation. [S.l.]: University of California Press. 356 pp.


Gamble, T., Daza, J. D., Colli, G. C., Vitt, L. J. & Bauer A. B. (2011). A new genus of miniaturized and pug-nosed gecko from South America (Sphaerodactylidae: Gekkota). Zoological Journal of the Linnean Society. 163 (4): 1244–1266.


Costa, H.C. & Bérnils, R.S. (2015): Répteis brasileiros: Lista de espécies 2015. Herpetologia Brasileira 4: 75-93.


Pianka, E. R. & Vitt, L. J. (2006). Lizards: Windows to the Evolution of Diversity. [S.l.]: University of California Press. p. 186.


4.524 visualizações
bottom of page