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Conheça a “perereca-pixinguinha”, espécie batizada em homenagem ao ícone do chorinho brasileiro

Além da contribuição histórica para a música brasileira, o saudoso musicista Alfredo da Rocha Vianna Filho, mais conhecido como Pixinguinha, agora é destaque para uma importante descoberta científica. O estudo desenvolvido por pesquisadores do Projeto Bromeligenous / Instituto Marcos Daniel (IMD) e do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) identificou uma nova espécie de perereca no município de Santa Teresa, região serrana do Espírito Santo. O animal foi batizado de Scinax pixinguinha ou perereca-pixinguinha, no dialeto popular, em homenagem ao compositor.


Perereca-pixinguinha. Foto: João Victor Lacerda


A pesquisa foi liderada por João Victor Lacerda, biólogo do Projeto Bromeligenous / Instituto Marcos Daniel (IMD) e do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), em parceria com os pesquisadores Rodrigo Barbosa Ferreira, Katyuscia Araujo-Vieira, Cássio Zocca e Ana Carolina Lourenço. O grupo já realizava trabalhos de campo na região de Santa Teresa, referência mundial em biodiversidade de anfíbios. Contudo, foi apenas em 2020, após meses de pesquisas e observações, que conseguiu identificar o animal.


A descoberta foi publicada no periódico científico internacional Ichthyology & Herpetology e divulgada em importantes veículos de comunicação, como o site National Geographic, jornal A Gazeta, Folha Vitória e Portal G1.


CIÊNCIA E CULTURA

Além das mídias tradicionais, a descoberta ganhou grande repercussão na internet graças ao vídeo produzido em parceria com o Instituto Últimos Refúgios. A ONG colaborou na divulgação científica da descoberta com o trabalho do biólogo e educador ambiental João Zanardo, que ficou responsável pela produção audiovisual da peça. O vídeo está disponível no YouTube do INMA e do Projeto Bromeligenous e pode ser conferido abaixo:



O roteiro desenvolvido a três mãos - por João Zanardo e os pesquisadores João Victor Lacerda e Rodrigo Barbosa Ferreira - aposta em uma linguagem lúdica, criativa e informativa para explorar a relação da nova espécie com o saudoso Pixinguinha.


A mensagem integra valores em prol do fortalecimento da cultura, da ciência e da conservação da natureza brasileira, provando que podem ser grandes aliadas no incentivo à produção de conhecimento sobre as riquezas do território nacional. A iniciativa ainda dialoga com a principal missão do Instituto Últimos Refúgios: promover a conservação da natureza por meio da cultura, da divulgação científica e do desenvolvimento de obras audiovisuais.


Enquanto ferramenta de divulgação, o vídeo se provou um recurso fundamental para disseminar a história da perereca-pixinguinha ao grande público. A abordagem permitiu que pessoas leigas, fora do meio acadêmico, tivessem a oportunidade de aprender mais sobre uma descoberta inédita para a ciência em plataformas simples e acessíveis como as redes sociais.



A trilha sonora do chorinho embala a narrativa, proporcionando que pessoas do mundo inteiro possam conhecer dois grandes tesouros brasileiros: a música popular e a biodiversidade. A descoberta de uma nova espécie é um respiro em meio ao cenário de devastação da Mata Atlântica nacional, já que assim como Pixinguinha, transforma ‘choro’ em esperança e alegria.




PIXINGUINHA

Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha, nasceu em uma família de músicos do bairro da Piedade, zona norte do Rio de Janeiro. Iniciou sua carreira como flautista de orquestras e destacou-se como membro dos grupos Caxangá e Oito Batutas, nos quais teve a oportunidade de trabalhar ao lado de outros grandes nomes da música brasileira.


O apelido “Pixinguinha” é uma derivação do dialeto africano “Pinzindim” (menino bom), como era chamado por Edelwirges, sua avó materna. A mistura surgiu após ter contraído varíola, doença que na época era popularmente conhecida como “bexiga”. Os codinomes “Bexiguinha” e “Pinzindim” logo deram origem à sua alcunha definitiva: Pixinguinha.


O “Dia Mundial do Choro”, celebrado em 23 de abril, é uma homenagem ao aniversário do compositor. Apesar das divergências em seus registros, que apontam para o dia 4 de maio, a data comemorativa ainda perdura como tributo simbólico ao maior representante do ‘choro’ brasileiro.


O artista faleceu em 17 de fevereiro de 1973, aos 75 anos.



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