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  • Iasmin Macedo - Diretoria do Instituto Últimos

Sucesso em captura de mamíferos arborícolas: nova metodologia de pesquisa científica.

Diante de tantas dificuldades em conseguir bons resultados e de fazer ciência no Brasil, os pesquisadores e cientistas precisam constantemente buscar novos meios para trabalhar.


Existem aqueles que preferem os meios mais usuais, mas também os que gostam de inovar. Assim surgiu uma ideia: transformar o que era uma armadilha para captura de animais terrestres em uma armadilha - muito eficiente - de captura de animais arborícolas.


Foto: Cuíca-lanosa-cinza (Marmosa paraguayana) - Iasmin Macedo 2017


Como todos já devem saber, estudantes normalmente não "nadam" em dinheiro. As armadilhas comuns, utilizadas para captura de mamíferos, possuem valor significativo para o bolso dessa galera. Trabalhos de captura de animais silvestres envolvem a utilização de no mínimo 30 armadilhas para se conseguir um bom número de capturas. Um número consideravelmente elevado. Adquirir armadilhas de metal pode aumentar muito o custo de pesquisa para estudantes.


Além disso, a instalação dessas armadilhas não é nada fácil. Existem diferentes formas, como por exemplo posicionar a armadilha em uma plataforma de madeira e suspendê-la a uma certa altura do chão, ou então amarrar a própria armadilha no tronco de árvores. Uma missão, não é?!


Foto: Armadilha do tipo gaiola em árvore - Iasmin Macedo 2017


Por esses e outros motivos é que foi desenvolvido um novo método de captura de animais arborícolas, que chamamos de Pitfall Suspenso (Suspended Pitfall). O que fizemos foi colocar o Pitfall no alto das árvores, suspenso por uma corda e apoiado em um galho, e não mais enterrado parcialmente no chão, como geralmente acontece para captura de mamíferos, répteis, anfíbios, entre outros animais terrestres.


Foto: Pitfall Suspenso sendo armado - Iasmin Macedo 2017


O trabalho foi realizado em áreas de floresta nativa e sistemas agroflorestais Cabruca, plantação de cacau no interior de floresta, às margens do Rio Doce, na cidade de Linhares, Espírito Santo.


Os resultados foram animadores. Foram capturados diversas espécies de marsupiais e roedores. Um dado interessante foi a captura de vários indivíduos da espécie cuíca-lanosa (Caluromys philander), animal estritamente arborícola e que dificilmente entra nas tradicionais armadilhas do tipo gaiola.

Foto: Cuíca-lanosa (Caluromys philander) - Iasmin Macedo 2017


Para que nosso trabalho fosse concluído com êxito, contamos com a ajuda dos professores da Universidade Federal do Espírito Santo Yuri Leite e Leonora Costa, que ajudaram na identificação de algumas espécies, e Roberta Paresque, que nos auxiliou com o empréstimo de armadilhas.


Infelizmente ao final da pesquisa todas as armadilhas foram furtadas, impossibilitando a continuidade das expedições naquele momento.


Foto: Pitfall Suspenso instalado - Iasmin Macedo 2017. Foto: Cuíca-marrom jovem (Marmosa murina) - Iasmin Macedo 2017.



O artigo foi publicado na língua inglesa e pode ser acessado gratuitamente pelo site da Revista Brasileira de Zoociências. Entendemos que ciência deve ser para todos! Por se tratar de uma nova metodologia de estudos científicos, escolhemos publicar o artigo em uma revista classificada como “Open Access”, online e de livre acesso. O download do PDF também pode ser feito gratuitamente.











Foto: Autores do artigo "A new and simple method to capture small arboreal mammals: the

Suspended Pitfall. Helder José, Iasmin Macedo e Mateus C. Loss. 2017


Galeria de Fotos


Fotos: Pitfall Suspenso instalado; Gambá-de-orelha-preta (Didelphis aurita) capturado; Rato-da-árvore (Rhipidomys mastacalis) capturado; Duas cuícas-lanosa-cinza (Marmosa paraguayana) capturadas juntas; Cuíca-marrom (Marmosa murina) com filhotes; Gambá-de-orelha-preta (Didelphis aurita) após soltura; Iasmin Macedo - 2013 e 2017.


O Projeto Marsupiais é uma iniciativa do Instituto Últimos Refúgios, criado em 16 de maio de 2017. Sua ações visam a permanência das espécies de marsupiais nos ambientes naturais, assim eles poderão contribuir exercendo seu papel ecológico. As ações de conservação dos marsupiais realizadas pelo projeto envolvem principalmente a disseminação de informações e curiosidades sobres essas espécies e com isso é possível sensibilizar a população para a importância dos animais, como os gambás, que por vezes são muito discriminados.


O projeto também atua em apoio ao resgate, cuidados, reabilitação e soltura de marsupiais. Com isso, ajuda a manter as populações de gambás e cuícas em ambientes de preservação.


Email: projetomarsupiais@gmail.com


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Artigo 29 da Lei nº 9.605 (Lei de Crimes Ambientais) de 12 de Fevereiro de 1998

É crime - Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida. Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.

 

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