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Iasmin Macedo - Coordenadora do Projeto Marsupiais

Onde estará a cuíca-d’água no Espírito Santo?

Você viu? Tem foto ou vídeo? Manda para a gente!!!

A espécie Chironectes minimus, conhecida popularmente como cuíca-d’água, chichica-d'água ou até mesmo gambá-d'água, é considerada de grande importância ecológica, por ser bioindicadora do estado de conservação de córregos e rios; além de ser apontada como espécie bandeira, pois contribui na preservação de diversas outras espécies.


Mas o que significa ser bioindicadora de um rio?! E por que ela é apontada como tal?!


A cuíca-d’água é totalmente dependente de um ambiente aquático preservado e rico em fauna. Por esse motivo, é comum se dizer: onde tem cuíca-d’água, tem um rio em bom estado de conservação.


Pesquisadores apontam que a degradação desses ambientes é um grande fator para o risco de extinção da espécie, e a perda de uma de suas subpopulações seria irreversível.


Por que estamos buscando a cuíca-d’água no estado do Espírito Santo?


Ela tem sua distribuição por todo o território capixaba. No entanto, atualmente, dificilmente é encontrada. Existem no estado apenas dois registros depositados em Museu, sendo os dois indivíduos de Santa Teresa da década de 1940. Outros registros foram feitos por Augusto Ruschi em 1978 para a região do Caparaó e Tonini em 2010 para a Reserva Biológica de Duas Bocas, em Cariacica. Porém, são apenas dados visuais.


Em trabalhos já realizados, diversos pesquisadores ressaltam a dificuldade em visualizar e capturar a espécie. Por esse motivo contamos com a ajuda da população do Espírito Santo e comunidades próximos a locais preservados para localizarmos e registrarmos os indivíduos presentes no estado.


Sobre a espécie

Segundo a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) e o Ministério do Meio ambiente (MMA), a espécie está listada na categoria de ameaça como de “menor preocupação” (Least Concern - LC). Porém, no estado do Espírito Santo está classificada como “criticamente em perigo”, assim como em outros tantos estados brasileiros.


Pesquisadores afirmam que o conhecimento sobre a cuíca d'água ainda é muito limitado e que sua categorização nas listas nacional e internacional são subestimativas, baseadas em crenças anedóticas e não em inquéritos de campo e avaliações da população.



Habitat e abrigo:


O leito do rio apresenta corrente moderada, com predominante vegetação arbórea e em alguns casos com vegetação arbustiva.Os abrigos são cavidades nas margens de rios, em pedras ou em meio às raízes e ao solo. Apenas com uma abertura, direcionada diretamente para a água.Esses animais raramente se distanciam dos cursos d’água, pois ali se encontram seus abrigos e alimentos.


O que o Projeto Marsupiais já realizou e ainda vai realizar:


Nossa equipe está indo a campo para realizar a busca ativa com o objetivo de localizar a espécie no Espírito Santo. A busca ativa consiste em realizar caminhadas em locais de possível presença dos animais e, por vezes, se manter estacionados à espera. É de grande importância que essas caminhadas aconteçam em horários de atividades da espécie, ou seja, durante o período noturno. Sendo assim utilizamos lanternas para a localização do indivíduo.

Além da busca ativa, instalamos também câmeras "traps", estas armadilhas fotográficas são amarradas em troncos de árvores, próximas aos rios, capturam o movimento e registram o comportamento natural dos animais. Até o momento não obtivemos sucesso em encontrar o animal, mas coletamos dados importantes, como condições climáticas e ambientais, além de dados sobre o local. Até mesmo a fase da lua foi considerada.


Com informações e registros da espécie em localidades aqui do estado do ES, enviados pela população, iremos fazer outras expedições para tentarmos coletar ainda mais informações sobre esses animais de tamanha importância para a biodiversidade capixaba.


Telefone para contato: (27) 3022-1667 / (27) 99810-5848

Email: projetomarsupiais@gmail.com


Ajude-nos a proteger nossos marsupiais! Siga o Projeto Marsupiais e compartilhe nossas publicações.


Fotos: Daniel Gois


*O Instituto Últimos Refúgios é uma organização sem fins lucrativos na qual os participantes são voluntários. Se gosta de nosso trabalho e quer que ele continue, saiba como colaborar no link: PARTICIPE


Artigo 29 da Lei nº 9.605 (Lei de Crimes Ambientais) de 12 de Fevereiro de 1998

É crime - Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida. Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.





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